MORADIA UNIFAMILIAR ARNAL – LEIRIA João Carlos Faria Rosa dos Santos PROJECTO DE ARQUITECTURA MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA A presente Memória Descritiva e Justificativa está organizada de acordo com a Portaria nº113/2015 de 22 de Abril. a) ÁREA Apresenta-se em anexo a esta Memória Descritiva um Quadro Sinóptico com todas as áreas. O terreno possui uma área total de 1435,00 m2. A área total de impermeabilização é de 237,14 m2. A área de implantação é de 237,14 m2. A área total de construção (área bruta) é de 332,31 m2. Número de pisos: 2. Altura de fachada: 6,10 m. b) OPERAÇÃO URBANÍSTICA Trata-se do licenciamento de uma moradia unifamiliar destinada a habitação do requerente. c) ENQUADRAMENTO A obra pretendida enquadra-se nas normas regulamentares do PDM de Leiria, dentro do perímetro urbano de Arnal, em solo urbanizado residencial de grau II, sendo um terreno que confina directamente com a Rua do Salgueiro no limite Sul, tal como se pode verificar na Planta de Ordenamento do PDM de Leiria. d) INTEGRAÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA Em termos urbanísticos, a casa proposta terá o volume de entrada no ponto mais largo do terreno com entrada a partir da Rua do Salgueiro. A casa ficará um pouco recuada da rua, tal como acontece com as casas existentes nos terrenos contíguos (sobretudo o vizinho do lado Nascente) apresentando, porém, a fachada poente paralela ao arruamento. Deste modo a casa apresentará uma generosa área verde ao longo da rua, que enquadrará paisagisticamente a rampa de acesso automóvel entre o portão da rua e o portão da garagem. No limite Norte haverá um acesso secundário para a longa sequência de rampas e patamares que resolvem as questões de acessibilidade universal à casa (e também aos vários sectores do futuro jardim e horta). A casa ficará discretamente resguardada dos olhares da rua dada a sua localização recuada, por trás do muro do vizinho cuja propriedade confronta totalmente com a rua. Assim sendo, o nosso projecto oferece à frente de rua o volume da garagem, paralelo, sobre o qual pousa a “casinha” com a porta-janela da cozinha (Fig.1). Fig.1- Alçado Oeste visto a partir da Rua do Salgueiro: uma casinha suspensa. O muro de delimitação da propriedade (depois de rectificados os alinhamentos com cedência para o passeio público) criará continuidade com o muro existente na casa vizinha, possuindo um portão para o acesso principal de pessoas e automóveis. e) VIA PÚBLICA E INFRAESTRUTURAS A casa proposta apresenta o corpo da garagem sobre o qual pousa o volume principal que cria a verdadeira face da casa, ambos sensivelmente paralelos à curva da Rua do Salgueiro, onde se localiza o acesso principal. O terreno é servido por todas as infraestruturas publicas (arruamento, rede de águas, rede de esgotos, rede eléctrica, rede telefónica). Será cedido terreno na frente do lote para completar o passeio ao longo da rua, tal como já se verifica na casa vizinha do lado Poente. f) SOLUÇÃO PROPOSTA Com este projecto pretende-se construir uma moradia unifamiliar para residência permanente do requerente. Tendo em consideração as características muito particulares do terreno, extremamente estreito e com uma inclinação muito acentuada, a opção projectual foi articular uma sequência de pequenos volumes, “pequenas casinhas” correspondentes aos diversos espaços que tradicionalmente uma casa tem. Deste modo poderemos criar os diversos espaços necessários a uma vida familiar confortável, interligados e autonomizados simultaneamente. TOPOGRAFIA A enorme inclinação do terreno (Fig. 2) foi uma dificuldade que procurámos ultrapassar adaptando a casa ao terreno. A topografia será respeitada e a movimentação de terras será mínima. Para tal, criámos um piso inferior que constitui uma plataforma construída, sobre a qual a verdadeira casa (no sentido dos seus espaços habitacionais) assenta, de modo absolutamente nivelado. O acesso entre a Rua do Salgueiro e a entrada da casa faz-se através de uma rampa que acompanha a inclinação do terreno. Fig.2- Inclinação do terreno actual visto a partir de Sul, na zona de cota inferior. PISO INFERIOR GARAGEM Do lado esquerdo surge o volume da Garagem, com portão único, mas com largura suficiente para a manobra fácil de dois automóveis (Fig. 3). Para melhor adaptação topográfica, o próprio pavimento da garagem será ligeiramente inclinado para o exterior. Internamente, ao fundo da garagem, ficará localizada a Lavandaria, um espaço triangular totalmente ventilado para o corredor de acesso à escadaria exterior. A garagem está ligada interiormente a um Vestíbulo secundário de passagem que faz a ligação interna aos Arrumos (criados no espaço vazio resultando por baixo da laje da sala do piso superior) e também à Escadaria Exterior. Fig.3- A rampa de acesso à garagem e à entrada principal, ladeada por jardim arborizado. A ENTRADA (piso inferior) O átrio da Entrada da casa é um volume perfeitamente cilíndrico, tangente aos volumes da Garagem e dos Arrumos, cuja única abertura é a porta de entrada da casa, “escavada” neste volume curvo. Quem entra neste espaço curvo e branco, vê uma escadaria helicoidal em mármore, rodando em torno de um vazio central coroado por um óculo por onde entra um feixe de luz solar, convidando a subir (Fig. 4). PISO SUPERIOR A ENTRADA (piso superior) O átrio desenvolve-se nos dois pisos dentro do cilindro, em pé-direito duplo, fazendo com que a escadaria termine num patamar semicircular, onde as pessoas são convidadas a encaminhar-se para a direita, ou esquerda. Fig.4- A escadaria da entrada, com a claraboia, vista a partir de baixo. SALA DE JANTAR A Sala de Jantar situa-se imediatamente à esquerda, ao cimo da escadaria, separada por uma porta de correr oculta na parede. Entrando, a Sala de Jantar apresenta ao eixo do seu espaço o volume simples e marcante da lareira, com um vão de cada lado, permitindo a circulação em seu redor no acesso à Cozinha. A Sala de Jantar possui também dois grandes vãos envidraçados de correr (Fig.5): um virado a Nascente, com as melhores vistas para a paisagem do vale e outro virado a Poente, com acesso de nível ao terraço exterior criado sobre a laje da Garagem e com ligação ao jardim da casa que se estenderá depois até ao limite Norte da propriedade. Fig.5- A sala de jantar com janelas de ambos os lados e cozinha ao fundo, por trás da lareira. COZINHA A Cozinha é um pequeno espaço complementar da Sala de Jantar, inserido no mesmo volume da “primeira casinha”. Na verdade o seu único vão é uma janela de sacada virada a Sul que caracteriza fortemente a imagem de toda a casa quando vista da rua, sendo a sua verdadeira “face”. Este é um espaço muito funcional, com três bancadas: a bancada do fogão localizada nas costas da lareira da sala para aproveitar o mesmo volume de chaminé para a lareira da sala e exaustor da cozinha, a bancada do lava-loiças e a bancada do frigorífico. A porta-janela, única fonte de luz natural (reflectida depois pelas superfícies das paredes em azulejos brilhantes) cria o lugar ideal para a mesa de pequenos almoços (Fig.6). Fig.6- A cozinha vista a partir da entrada, com as bancadas e a mesa junto à janela. CLOSET E CASA DE BANHO SOCIAL Subindo a escadaria e virando à direita, as pessoas passam num pequeno corredor com tecto rebaixado, ladeado por duas portas. À esquerda fica o Closet, ou bengaleiro, para as roupas das visitas e à direita fica a Casa de Banho Social para apoio directo às duas salas. SALA DE ESTAR A Sala de Estar constitui o volume da “segunda casinha”, englobando o closet e casa de banho social. É um espaço simples, com planta rectangular (mas volume de “casa” com tecto de duas águas) e um único vão envidraçado orientado a Poente, com vista para o jardim. À tarde, na chegada a casa, esta sala (e também a de jantar) recebem a luz solar poente, criando um ambiente de conforto e boas-vindas para relaxamento após o trabalho. O recanto menos iluminado, com menos reflexos, será a localização ideal para a televisão (Fig.7). ENTRADA SECUNDÁRIA A Sala de Estar terá uma porta de correr que a separa do corredor dos quartos, mas também de uma grande porta envidraçada, de correr, que simultaneamente ilumina o corredor e constitui uma Entrada Secundária na sequência das diversas rampas e patamares do acesso Norte, para acesso universal. Fig.7- A sala de estar com vista para o jardim e ligação à entrada secundária e corredor. QUARTO PRINCIPAL Surge logo na sequência da sala de estar e da entrada secundária o Quarto Principal da casa. Também neste caso constitui por si só o volume exterior da “terceira casinha”, albergando no seu interior, para além do espaço de dormir (Fig.8), um volume com o closet que se atravessa para descobrir a casa de banho privativa. Sobre a banheira e o closet o tecto é totalmente em vidro, criando a surpresa e ilusão de céu aberto, permitindo total relaxamento num banho de imersão olhando as nuvens ou escolher e provar a roupa com luz natural, na privacidade do closet (Fig. 9). Fig.8- Quarto principal com ligação ao closet e casa de banho privativa. Fig.9- A casa de banho privativa e closet do quarto com as claraboias. CORREDOR Depois de um envidraçado fixo que separa os volumes e cria uma grande entrada de luz no corredor, o corredor faz um pequeno cotovelo, terminando num pequeno átrio com três portas. Sobre este átrio, o tecto falso, horizontal que cobrirá o corredor, desaparece para subir verticalmente em direcção a uma claraboia total que novamente cria a surpresa e efeito de céu aberto, com entrada de luz natural no interior da casa (Fig.10). Fig.10- O corredor e átrio dos quartos com luz natural proveniente da claraboia. QUARTO 1 A primeira porta à esquerda dá acesso a um quarto que poderia ser ideal para uma criança: um único grande vão envidraçado de correr, para acesso directo ao jardim, cama individual no canto para libertar maior superfície de pavimento para brincar e, ao fundo, tirando partido formal da volumetria interna desta “quarta casinha”, um roupeiro a toda a largura que parece uma casa de brincar (Fig.11). Fig.11- O quarto 1 com vista do roupeiro. QUARTO 2 A porta central do corredor dá acesso a um segundo quarto, de visitas ou de criança, novamente com um grande vão envidraçado orientado a Sul, mas neste caso com um segundo vão no lado oposto, uma janela vertical orientada para o jardim a Norte (Fig.12). Este quarto forma exteriormente a “quinta casinha”, siamesa da casinha anterior. Fig.12- O quarto 2 com as janelas para o jardim. CASA DE BANHO PARTILHADA Finalmente, a porta da direita no corredor abre para uma Casa de Banho Partilhada de apoio a estes dois quartos. O elemento principal desta casa de banho é a grande janela que surge orientada a Norte, em toda a largura do lavatório duplo, mostrando o jardim como um cenário. Um chuveiro de forma triangular, com portas de vidro de correr resolve o problema do canto. O volume da janela e lavatório duplo projecta-se para fora do volume da “quinta casinha”, como remate formal, dando continuidade à cobertura global (Fig.13). Fig.13- O alçado Noreste da casa, com o volume da janela da casa de banho partilhada. ALÇADOS A imagem desta casa é a de uma casinha. Uma casinha pousada sobre um volume branco, numa sequência de casinhas articuladas, pequeninas e estreitas como resposta a um terreno muito estreito também. ALÇADO SUL Este alçado é a verdadeira face da casa: o arquétipo da casa com uma porta e uma cobertura de duas águas, parecendo levitar sobre uma base neutra, num equilíbrio simultaneamente estável e periclitante. ALÇADO NASCENTE Corresponde ao alçado da entrada, mostrando o portão largo da garagem, a porta de entrada no volume do cilindro e a janela da sala de jantar no piso superior. ALÇADO NORTE Implantada no limite da propriedade para conseguir abrir vãos e libertar espaço de circulação no lado poente, resulta um alçado cego, sem vãos, porém muito articulado volumetricamente. ALÇADO NOROESTE É o remate formal da casa no seu extremo norte, destacando-se o volume da janela quadrada da casa de banho, nivelado pela janela vertical do quarto. OPÇÕES CONSTRUTIVAS Todas as opções de materiais serão devidamente amadurecidas na fase seguinte de Projecto de Execução, inclusivamente por questões orçamentais. No entanto, ficam aqui expressas as principais: - Estrutura: será em betão armado, no sistema pilar-viga e laje. - Paredes: serão revestidas com estuque projectado e pintado; as paredes das casas de banho serão revestidas com azulejos ou, preferencialmente, placas de mármore. - Tectos: serão revestidos com estuque projectado e pintado ou tectos suspensos em gesso cartonado. - Pavimentos: o átrio da entrada e degraus serão em mármore branco tipo Estremoz, bem como os pavimentos das casas de banho. Os pavimentos das zonas sociais, corredor e quartos serão revestidos com soalho flutuante de madeira de carvalho. - Fachadas: serão integralmente revestidas com sistema ETICS de isolamento térmico pelo exterior, com acabamento do tipo reboco areado fino, pintado de branco ou, em alternativa, em azulejo branco mate. - Coberturas: serão a continuidade imediata das fachadas, pelo que serão integralmente revestidas com sistema ETICS de isolamento térmico pelo exterior, com acabamento do tipo reboco areado fino, pintado de branco ou, em alternativa, em azulejo branco mate e caleiras embutidas para recolha das águas pluviais. - Portas Interiores: serão pré-fabricadas, do tipo portaro ou equivalente, lacadas em branco. - Portas Exteriores: serão em alumínio termolacado cinzento escuro ou na cor natural. - Janelas: serão em alumínio termolacado cinzento escuro ou na cor natural. f) Áreas destinadas s infraestruturas, equipamentos, espaços verdes e outros espaços de utilização colectiva e respectivos arranjos, quando estejam previstas: Será feita a cedência de uma faixa de terreno em toda a frente de rua para criação do passeio urbano ao longo da Rua do Salgueiro.

Little House in Leiria, Portugal

António Carvalho
2021-01-01

Abstract

MORADIA UNIFAMILIAR ARNAL – LEIRIA João Carlos Faria Rosa dos Santos PROJECTO DE ARQUITECTURA MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA A presente Memória Descritiva e Justificativa está organizada de acordo com a Portaria nº113/2015 de 22 de Abril. a) ÁREA Apresenta-se em anexo a esta Memória Descritiva um Quadro Sinóptico com todas as áreas. O terreno possui uma área total de 1435,00 m2. A área total de impermeabilização é de 237,14 m2. A área de implantação é de 237,14 m2. A área total de construção (área bruta) é de 332,31 m2. Número de pisos: 2. Altura de fachada: 6,10 m. b) OPERAÇÃO URBANÍSTICA Trata-se do licenciamento de uma moradia unifamiliar destinada a habitação do requerente. c) ENQUADRAMENTO A obra pretendida enquadra-se nas normas regulamentares do PDM de Leiria, dentro do perímetro urbano de Arnal, em solo urbanizado residencial de grau II, sendo um terreno que confina directamente com a Rua do Salgueiro no limite Sul, tal como se pode verificar na Planta de Ordenamento do PDM de Leiria. d) INTEGRAÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA Em termos urbanísticos, a casa proposta terá o volume de entrada no ponto mais largo do terreno com entrada a partir da Rua do Salgueiro. A casa ficará um pouco recuada da rua, tal como acontece com as casas existentes nos terrenos contíguos (sobretudo o vizinho do lado Nascente) apresentando, porém, a fachada poente paralela ao arruamento. Deste modo a casa apresentará uma generosa área verde ao longo da rua, que enquadrará paisagisticamente a rampa de acesso automóvel entre o portão da rua e o portão da garagem. No limite Norte haverá um acesso secundário para a longa sequência de rampas e patamares que resolvem as questões de acessibilidade universal à casa (e também aos vários sectores do futuro jardim e horta). A casa ficará discretamente resguardada dos olhares da rua dada a sua localização recuada, por trás do muro do vizinho cuja propriedade confronta totalmente com a rua. Assim sendo, o nosso projecto oferece à frente de rua o volume da garagem, paralelo, sobre o qual pousa a “casinha” com a porta-janela da cozinha (Fig.1). Fig.1- Alçado Oeste visto a partir da Rua do Salgueiro: uma casinha suspensa. O muro de delimitação da propriedade (depois de rectificados os alinhamentos com cedência para o passeio público) criará continuidade com o muro existente na casa vizinha, possuindo um portão para o acesso principal de pessoas e automóveis. e) VIA PÚBLICA E INFRAESTRUTURAS A casa proposta apresenta o corpo da garagem sobre o qual pousa o volume principal que cria a verdadeira face da casa, ambos sensivelmente paralelos à curva da Rua do Salgueiro, onde se localiza o acesso principal. O terreno é servido por todas as infraestruturas publicas (arruamento, rede de águas, rede de esgotos, rede eléctrica, rede telefónica). Será cedido terreno na frente do lote para completar o passeio ao longo da rua, tal como já se verifica na casa vizinha do lado Poente. f) SOLUÇÃO PROPOSTA Com este projecto pretende-se construir uma moradia unifamiliar para residência permanente do requerente. Tendo em consideração as características muito particulares do terreno, extremamente estreito e com uma inclinação muito acentuada, a opção projectual foi articular uma sequência de pequenos volumes, “pequenas casinhas” correspondentes aos diversos espaços que tradicionalmente uma casa tem. Deste modo poderemos criar os diversos espaços necessários a uma vida familiar confortável, interligados e autonomizados simultaneamente. TOPOGRAFIA A enorme inclinação do terreno (Fig. 2) foi uma dificuldade que procurámos ultrapassar adaptando a casa ao terreno. A topografia será respeitada e a movimentação de terras será mínima. Para tal, criámos um piso inferior que constitui uma plataforma construída, sobre a qual a verdadeira casa (no sentido dos seus espaços habitacionais) assenta, de modo absolutamente nivelado. O acesso entre a Rua do Salgueiro e a entrada da casa faz-se através de uma rampa que acompanha a inclinação do terreno. Fig.2- Inclinação do terreno actual visto a partir de Sul, na zona de cota inferior. PISO INFERIOR GARAGEM Do lado esquerdo surge o volume da Garagem, com portão único, mas com largura suficiente para a manobra fácil de dois automóveis (Fig. 3). Para melhor adaptação topográfica, o próprio pavimento da garagem será ligeiramente inclinado para o exterior. Internamente, ao fundo da garagem, ficará localizada a Lavandaria, um espaço triangular totalmente ventilado para o corredor de acesso à escadaria exterior. A garagem está ligada interiormente a um Vestíbulo secundário de passagem que faz a ligação interna aos Arrumos (criados no espaço vazio resultando por baixo da laje da sala do piso superior) e também à Escadaria Exterior. Fig.3- A rampa de acesso à garagem e à entrada principal, ladeada por jardim arborizado. A ENTRADA (piso inferior) O átrio da Entrada da casa é um volume perfeitamente cilíndrico, tangente aos volumes da Garagem e dos Arrumos, cuja única abertura é a porta de entrada da casa, “escavada” neste volume curvo. Quem entra neste espaço curvo e branco, vê uma escadaria helicoidal em mármore, rodando em torno de um vazio central coroado por um óculo por onde entra um feixe de luz solar, convidando a subir (Fig. 4). PISO SUPERIOR A ENTRADA (piso superior) O átrio desenvolve-se nos dois pisos dentro do cilindro, em pé-direito duplo, fazendo com que a escadaria termine num patamar semicircular, onde as pessoas são convidadas a encaminhar-se para a direita, ou esquerda. Fig.4- A escadaria da entrada, com a claraboia, vista a partir de baixo. SALA DE JANTAR A Sala de Jantar situa-se imediatamente à esquerda, ao cimo da escadaria, separada por uma porta de correr oculta na parede. Entrando, a Sala de Jantar apresenta ao eixo do seu espaço o volume simples e marcante da lareira, com um vão de cada lado, permitindo a circulação em seu redor no acesso à Cozinha. A Sala de Jantar possui também dois grandes vãos envidraçados de correr (Fig.5): um virado a Nascente, com as melhores vistas para a paisagem do vale e outro virado a Poente, com acesso de nível ao terraço exterior criado sobre a laje da Garagem e com ligação ao jardim da casa que se estenderá depois até ao limite Norte da propriedade. Fig.5- A sala de jantar com janelas de ambos os lados e cozinha ao fundo, por trás da lareira. COZINHA A Cozinha é um pequeno espaço complementar da Sala de Jantar, inserido no mesmo volume da “primeira casinha”. Na verdade o seu único vão é uma janela de sacada virada a Sul que caracteriza fortemente a imagem de toda a casa quando vista da rua, sendo a sua verdadeira “face”. Este é um espaço muito funcional, com três bancadas: a bancada do fogão localizada nas costas da lareira da sala para aproveitar o mesmo volume de chaminé para a lareira da sala e exaustor da cozinha, a bancada do lava-loiças e a bancada do frigorífico. A porta-janela, única fonte de luz natural (reflectida depois pelas superfícies das paredes em azulejos brilhantes) cria o lugar ideal para a mesa de pequenos almoços (Fig.6). Fig.6- A cozinha vista a partir da entrada, com as bancadas e a mesa junto à janela. CLOSET E CASA DE BANHO SOCIAL Subindo a escadaria e virando à direita, as pessoas passam num pequeno corredor com tecto rebaixado, ladeado por duas portas. À esquerda fica o Closet, ou bengaleiro, para as roupas das visitas e à direita fica a Casa de Banho Social para apoio directo às duas salas. SALA DE ESTAR A Sala de Estar constitui o volume da “segunda casinha”, englobando o closet e casa de banho social. É um espaço simples, com planta rectangular (mas volume de “casa” com tecto de duas águas) e um único vão envidraçado orientado a Poente, com vista para o jardim. À tarde, na chegada a casa, esta sala (e também a de jantar) recebem a luz solar poente, criando um ambiente de conforto e boas-vindas para relaxamento após o trabalho. O recanto menos iluminado, com menos reflexos, será a localização ideal para a televisão (Fig.7). ENTRADA SECUNDÁRIA A Sala de Estar terá uma porta de correr que a separa do corredor dos quartos, mas também de uma grande porta envidraçada, de correr, que simultaneamente ilumina o corredor e constitui uma Entrada Secundária na sequência das diversas rampas e patamares do acesso Norte, para acesso universal. Fig.7- A sala de estar com vista para o jardim e ligação à entrada secundária e corredor. QUARTO PRINCIPAL Surge logo na sequência da sala de estar e da entrada secundária o Quarto Principal da casa. Também neste caso constitui por si só o volume exterior da “terceira casinha”, albergando no seu interior, para além do espaço de dormir (Fig.8), um volume com o closet que se atravessa para descobrir a casa de banho privativa. Sobre a banheira e o closet o tecto é totalmente em vidro, criando a surpresa e ilusão de céu aberto, permitindo total relaxamento num banho de imersão olhando as nuvens ou escolher e provar a roupa com luz natural, na privacidade do closet (Fig. 9). Fig.8- Quarto principal com ligação ao closet e casa de banho privativa. Fig.9- A casa de banho privativa e closet do quarto com as claraboias. CORREDOR Depois de um envidraçado fixo que separa os volumes e cria uma grande entrada de luz no corredor, o corredor faz um pequeno cotovelo, terminando num pequeno átrio com três portas. Sobre este átrio, o tecto falso, horizontal que cobrirá o corredor, desaparece para subir verticalmente em direcção a uma claraboia total que novamente cria a surpresa e efeito de céu aberto, com entrada de luz natural no interior da casa (Fig.10). Fig.10- O corredor e átrio dos quartos com luz natural proveniente da claraboia. QUARTO 1 A primeira porta à esquerda dá acesso a um quarto que poderia ser ideal para uma criança: um único grande vão envidraçado de correr, para acesso directo ao jardim, cama individual no canto para libertar maior superfície de pavimento para brincar e, ao fundo, tirando partido formal da volumetria interna desta “quarta casinha”, um roupeiro a toda a largura que parece uma casa de brincar (Fig.11). Fig.11- O quarto 1 com vista do roupeiro. QUARTO 2 A porta central do corredor dá acesso a um segundo quarto, de visitas ou de criança, novamente com um grande vão envidraçado orientado a Sul, mas neste caso com um segundo vão no lado oposto, uma janela vertical orientada para o jardim a Norte (Fig.12). Este quarto forma exteriormente a “quinta casinha”, siamesa da casinha anterior. Fig.12- O quarto 2 com as janelas para o jardim. CASA DE BANHO PARTILHADA Finalmente, a porta da direita no corredor abre para uma Casa de Banho Partilhada de apoio a estes dois quartos. O elemento principal desta casa de banho é a grande janela que surge orientada a Norte, em toda a largura do lavatório duplo, mostrando o jardim como um cenário. Um chuveiro de forma triangular, com portas de vidro de correr resolve o problema do canto. O volume da janela e lavatório duplo projecta-se para fora do volume da “quinta casinha”, como remate formal, dando continuidade à cobertura global (Fig.13). Fig.13- O alçado Noreste da casa, com o volume da janela da casa de banho partilhada. ALÇADOS A imagem desta casa é a de uma casinha. Uma casinha pousada sobre um volume branco, numa sequência de casinhas articuladas, pequeninas e estreitas como resposta a um terreno muito estreito também. ALÇADO SUL Este alçado é a verdadeira face da casa: o arquétipo da casa com uma porta e uma cobertura de duas águas, parecendo levitar sobre uma base neutra, num equilíbrio simultaneamente estável e periclitante. ALÇADO NASCENTE Corresponde ao alçado da entrada, mostrando o portão largo da garagem, a porta de entrada no volume do cilindro e a janela da sala de jantar no piso superior. ALÇADO NORTE Implantada no limite da propriedade para conseguir abrir vãos e libertar espaço de circulação no lado poente, resulta um alçado cego, sem vãos, porém muito articulado volumetricamente. ALÇADO NOROESTE É o remate formal da casa no seu extremo norte, destacando-se o volume da janela quadrada da casa de banho, nivelado pela janela vertical do quarto. OPÇÕES CONSTRUTIVAS Todas as opções de materiais serão devidamente amadurecidas na fase seguinte de Projecto de Execução, inclusivamente por questões orçamentais. No entanto, ficam aqui expressas as principais: - Estrutura: será em betão armado, no sistema pilar-viga e laje. - Paredes: serão revestidas com estuque projectado e pintado; as paredes das casas de banho serão revestidas com azulejos ou, preferencialmente, placas de mármore. - Tectos: serão revestidos com estuque projectado e pintado ou tectos suspensos em gesso cartonado. - Pavimentos: o átrio da entrada e degraus serão em mármore branco tipo Estremoz, bem como os pavimentos das casas de banho. Os pavimentos das zonas sociais, corredor e quartos serão revestidos com soalho flutuante de madeira de carvalho. - Fachadas: serão integralmente revestidas com sistema ETICS de isolamento térmico pelo exterior, com acabamento do tipo reboco areado fino, pintado de branco ou, em alternativa, em azulejo branco mate. - Coberturas: serão a continuidade imediata das fachadas, pelo que serão integralmente revestidas com sistema ETICS de isolamento térmico pelo exterior, com acabamento do tipo reboco areado fino, pintado de branco ou, em alternativa, em azulejo branco mate e caleiras embutidas para recolha das águas pluviais. - Portas Interiores: serão pré-fabricadas, do tipo portaro ou equivalente, lacadas em branco. - Portas Exteriores: serão em alumínio termolacado cinzento escuro ou na cor natural. - Janelas: serão em alumínio termolacado cinzento escuro ou na cor natural. f) Áreas destinadas s infraestruturas, equipamentos, espaços verdes e outros espaços de utilização colectiva e respectivos arranjos, quando estejam previstas: Será feita a cedência de uma faixa de terreno em toda a frente de rua para criação do passeio urbano ao longo da Rua do Salgueiro.
2021
Private house, narrow, steep slope, Leiria, Portugal
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