DEMOLIÇÃO, RECONSTRUÇÃO E AMPLIAÇÃO DE MORADIA UNIFAMILIAR LISBOA PROJECTO DE ARQUITECTURA MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA A presente Memória Descritiva e Justificativa está organizada de acordo com a Portaria nº113/2015 de 22 de Abril. a) ÁREA Apresenta-se em anexo a esta Memória Descritiva um Quadro Sinóptico com todas as áreas. O lote possui uma área total de 173,00 m2. A área total de impermeabilização é de 119,56 m2. A área de implantação é de 102,60 m2. A área total de construção (área bruta) é de 192,50 m2. Número de pisos: 2. Altura de fachada: 5,60 m. b) OPERAÇÃO URBANÍSTICA Trata-se da Comunicação Prévia de Demolição, Reconstrução e Ampliação de uma moradia unifamiliar destinada a habitação da requerente. c) ENQUADRAMENTO A obra pretendida enquadra-se nas normas regulamentares do PDM de Lisboa, dentro do perímetro urbano, em solos classificados como Espaços Centrais e Habitacionais – Traçado Urbano D Consolidados, dentro da UOPG 05 – Benfica. Em termos de zonamento acústico está classificada como Zona Mista. d) INTEGRAÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA Em termos urbanísticos, a casa do lote nº 39 da Rua Comandante Augusto Cardoso corresponde à última/primeira de uma correnteza de casas de dois pisos, típicas do Bairro de Santa Cruz, um bairro de habitações económicas dos anos 1940. Devido à área muito reduzida das casas iniciais, verifica-se em todo o bairro a ampliação das casas para o jardim e aumento dos telhados para aproveitamento do sótão. A proposta de intervenção segue estes mesmos princípios: à semelhança das restantes casas da rua, respeita o alinhamento da fachada principal e lateral (visto estar num dos topos da correnteza 57-39), prolongando-se em profundidade no jardim das traseiras, o que naturalmente traz um aumento do telhado, como sempre tem acontecido nas anteriores remodelações das casas do bairro. Na verdade, a casa actual foi clandestinamente ampliada ao longo das décadas pelos anteriores proprietários, para criarem quartos adicionais no rés-do-chão, criando espaços mal ventilados e com pouca ou nenhuma luz natural. Estes acrescentos clandestinos (visíveis na fotografia aérea do Google, Fig.1) serão totalmente demolidos como primeira fase das obras pretendidas, para poder ampliar a casa à semelhança de todas as restantes, como a fotografia aérea documenta. Fig.1- Fotografia aérea Google (2021) mostrando a casa nº 39 com os anexos clandestinos que serão demolidos para ampliar a casa para trás, alinhando-a com as fachadas traseiras das casas vizinhas. Nas traseiras será criado um jardim (bem maior do que o logradouro actual, entalado contra os muros do túnel da CRIL) para lazer da família. O alçado principal será preservado, pretendendo-se abrir um portão de correr no muro, para permitir estacionar um dos automóveis da família dentro do lote (será deste modo menos uma viatura a ocupar o estacionamento público do bairro), tal como já actualmente acontece no lote vizinho da casa nº 37. e) VIA PÚBLICA E INFRAESTRUTURAS A obra pretendida corresponde à remodelação da casa já existente, pelo que não haverá alteração ou aumento de impacto na via pública ou nas infraestruturas. O lote é servido por todas as infraestruturas públicas (arruamento, rede de águas, rede de esgotos, rede eléctrica, rede telefónica, rede de gás). A abertura do portão no muro para estacionamento do carro dentro do lote é viável pois as árvores existentes no passeio possuem uma localização favorável (Fig. 2), sendo apenas necessário reforçar a base da calçada do passeio e criar um lancil rampeado na berma, sem necessidade de alterar as cotas do passeio actual. Fig. 2- As árvores existentes no passeio estão localizadas ao centro dos lotes, permitindo a abertura de portão para estacionamento dentro do lote nº 39 (casa vermelha e branca) à semelhança do que já acontece no lote nº 37 (casa amarela). f) SOLUÇÃO PROPOSTA Com este projecto pretende-se construir uma moradia unifamiliar para residência permanente da família da requerente. Tendo em consideração as características da casa existente e do bairro em que se insere, o projecto pretende manter a traça arquitectónica na frente de rua, ampliando a casa para o fundo do lote, prática corrente em todo o bairro atendendo às dimensões diminutas da casa original. SITUAÇÃO EXISTENTE – CASA ORIGINAL PISO 0 - A casa original apresentava a entrada directa para a Sala de Jantar, com o primeiro lanço de degraus da escadaria de acesso ao piso superior localizado no canto imediatamente em frente à porta da rua (Fig. 3). No canto oposto localiza-se a portada Cozinha e a porta da Despensa (aproveitamento do vão da escada) (Fig. 4). No canto da esquerda, junto à fachada, fica a porta da Salinha de Estar (Fig. 5). Fig. 3- Sala de Jantar com degraus da escadaria que desaparece atrás da parede. Fig.4- Canto com porta da Despensa e vão de ligação à Cozinha. Fig. 5- Porta da Salinha de Estar. PISO 1 - A escadaria em “L” tem o lanço de degraus principal escondido por trás da parede da Sala de Jantar, desembocando num pequeno patamar de distribuição para os três espaços do piso superior: um Quarto de Casal (Fig. 6), um Quarto Individual (Fig. 7) e a Casa de Banho. Fig. 6- Quarto de casal, com porta da varanda à esquerda e janela. Fig.7- Quarto individual. SITUAÇÃO EXISTENTE – AMPLIAÇÃO CLANDESTINA (para demolir) PISO 0 – no patamar do primeiro lanço de degraus foi aberto um vão (na parede da fachada traseira da casa original) com três degraus para descer para o nível do jardim, fazendo ligação a um corredor (Fig. 8) de acesso a um Quarto de Casal (Fig. 9) com duas pequenas janelas (uma para o logradouro, outra para o anexo). Este corredor dá igualmente acesso a um Quarto interior, sem qualquer luz nem ventilação natural, que preenche o espaço até ao anexo-corredor de ampliação da Cozinha. Na Cozinha foi aberta um vão de ligação a um novo anexo coberto, com janela lateral para o jardim e porta de ligação para um terceiro anexo construído com estrutura ligeira de chapa metálica que ocupa quase metade do jardim lateral (Fig. 10). Fig. 8- Corredor com degraus e vão para a Sala de Jantar da Entrada. Fig. 9- Quarto clandestino construído nas traseiras. Fig. 10- Jardim lateral parcialmente ocupado ao fundo, pelo anexo clandestino. Estes espaços clandestinos não são visíveis a partir da rua e foram construídos com coberturas planas, tal como se pode ver na fotografia aérea da Google (Fig. 1). No final destas construções clandestinas resulta um logradouro (Fig. 11) estreito e inóspito, entre muros (Fig. 12). Fig. 11- Logradouro com os anexos (em vermelho) e as casas vizinhas dos lotes nº 41 e nº 43 (em bege) já ampliadas nas traseiras — o telhado recuado, visível à direita, é o telhado original da nossa casa. Fig.12- Idem, com a casa do lote nº 37 (em bege) ampliada. A SOLUÇÃO PROPOSTA ESTACIONAMENTO Tal como mencionado anteriormente, no limite esquerdo do lote pretende-se interromper o muro para colocação de um portão de correr, que permita a entrada e estacionamento de uma viatura dentro do lote. Este acesso rampeado fará a concordância de cotas do nível do passeio até à nova entrada lateral da casa, deste modo resolvendo o problema de acessibilidade universal que a actual entrada, com 3 degraus cria em termos de barreira arquitectónica. PISO INFERIOR HALL DE ENTRADA A entrada principal manter-se-á através do pequeno portão do jardim e porta da casa, protegida superiormente pela varanda, e destacada pelos três degraus de acesso ao nível do rés-do-chão. Entra-se agora para um pequeno Hall delimitado por uma parede recta à direita (encostada à da casa nº 41), que curva no canto, onde a nova escadaria em “L” se abre para este Hall (Fig. 13). Do lado esquerdo, um pequeno bengaleiro (para roupa e calçado de rua ou das visitas) fica encaixado numa parede curva que faz o convite para entrar na intimidade da casa. Fig. 13- Hall de entrada com escadaria para o piso superior. Fig.14- Corredor de acesso aos espaços sociais da casa. CORREDOR / ESPAÇO DE ESTAR Na verdade, com este projecto, todo o piso térreo ficará destinado aos espaços sociais da casa. Mediando a transição entre a Sala de Jantar, o Hall de Entrada e a Sala de Estar, um Corredor largo faz a expansão da Sala de Jantar em direcção à Sala de Estar (Fig.14). SALA DE JANTAR A parede curva delimita o espaço de refeições que deste modo beneficiará das duas janelas existentes na fachada (Fig. 15). Sempre que necessário, duas portas de correr (habitualmente escondidas dentro da parede curva) poderão isolar a Sala de Jantar como espaço autónomo (Fig. 16 e Fig. 17). Na parede curva, encaixando a profundidade do bengaleiro da entrada, será criado um móvel-aparador com prateleiras para apoio das refeições. Fig. 15- Sala de Jantar com as duas janelas da fachada principal. Fig. 16- Sala de Jantar, autónoma, com as portas fechadas. Fig.16A- Sala de Jantar, com as portas recolhidas na parede. ENTRADA SECUNDÁRIA Propomos a criação de uma entrada secundária no lado Sudeste da moradia, como alternativa de acessibilidade universal: uma rampa desde o passeio da rua atravessará o lugar de estacionamento dentro do jardim, prolongando-se dentro da arrecadação destinada às bicicletas, até ao nível exacto da soleira da nova porta de entrada secundária. VESTÍBULO Esta entrada secundária abrirá para um Vestíbulo que fará a transição entre o espaço exterior e que também servirá como ante-câmara da Casa de Banho Social que dará apoio a este piso da casa. A porta de correr deste Vestíbulo abrirá directamente para a Sala de Estar (Fig. 17 e 18). Fig. 17 e 18- Vista a partir do Lounge, com o Vestíbulo da Entrada Secundária à direita (portas abertas / portas fechadas). LOUNGE / SALA DE ESTAR A Sala de Estar foi concebida como um “espaço lounge”, permitindo o agrupamento de diferentes conjuntos de mobiliário de estar (sofás, poltronas, cadeirões, mesas) dada a sua fluidez espacial que se expande em todas as direcções: Sala de Jantar, Cozinha e Logradouro (Fig. 19 e 20). Fig. 19 e 20- Lounge / Sala de Estar: aproximação e vista do recanto TV. COZINHA Será um espaço funcional destinado à confecção das refeições, e pontualmente a pequenos-almoços na mesa-bancada (Fig. 21) localizada junto às portas de correr do Lounge e da Lavandaria-despensa. Uma bancada corrida com móveis superiores e inferiores desenvolve-se ao longo do limite do lote, rematada no topo pelos móveis verticais destinados a frigorífico, forno, micro-ondas, alinhados com o barbecue do Pátio (Fig. 22). Fig. 21 e 22- Cozinha: recanto para pequenos-almoços e recanto dos móveis altos alinhados com o barbecue no exterior. PÁTIO-LOGRADOURO O barbecue ficará localizado junto à Cozinha por razões funcionais, com ponto de água, zona de grelha e bancada de apoio. Em continuidade e para remate do muro Sudoeste do lote, haverá um canteiro estreito para plantação de sebe vertical, destinada a criar uma cortina verde para maior privacidade de utilização do pátio (Fig.23). Fig. 23- Pátio: vista do envidraçado da Cozinha e do barbecue. Fig. 24- Pátio: vista a partir do Lounge. Uma árvore posicionada ao lado do barbecue irá reforçar esse sentido de protecção visual do pátio, protegendo com a sua sombra os envidraçados da Cozinha e Lounge, libertando o canto Noroeste do pátio para espaço de sentar/estar no exterior, complementar à mesa de refeições no pátio. Deste modo, o Lounge prolonga-se naturalmente para o pátio revestido em deck de madeira, sob o qual o pavimento será, porém, integralmente permeável para permitir boa absorção da chuva (Fig. 24). PISO SUPERIOR O 1º Andar ficará exclusivamente reservado para os Quartos da família: Quarto Principal virado para a frente da rua e dois Quartos Individuais para os filhos virados para o pátio, ficando as casas-de-banho no alçado lateral da casa. No centro da planta fica a escadaria proveniente do piso inferior e o corredor de ligação à nova escadaria que se sobrepõe à existente para fazer o acesso ao Sótão. QUARTO PRINCIPAL Dentro do conceito de “Master Bedroom”, ocupará a totalidade da frente da casa. Entra-se para o espaço de dormir, ligeiramente resguardado por uma parede-biombo sobre a qual rebate a porta (Fig. 25), desfrutando da pequena varanda existente na casa e da janela seguinte (Fig.26). Fig. 25 e 26- Quarto Principal: vista da entrada e do corredor e vista da porta da varanda e janela da fachada principal. A segunda janela existente na fachada passará a pertencer ao “Walk-in Closet”, um roupeiro em “L” que deste modo desfruta de luz natural (Fig. 27), separado do espaço de dormir por uma porta de correr inserida na parede. A Casa de Banho Privativa desfrutará de luz e ventilação natural a partir de uma janela que será aberta na fachada lateral da casa, proporcionando abundante luz natural sobre o espelho que ocupará toda a superfície da parede acima da bancada de lavatório duplo (Fig. 28). No recanto oposto, ficarão resguardadas a cabine do duche e a sanita. A porta será de correr, inserida dentro da parede, para não colidir com a porta de entrada do Quarto. Fig. 27- Quarto Principal: vista do walk-in closet. Fig. 28- Casa de banho privativa. CASA DE BANHO PARTILHADA Esta Casa de Banho dará apoio aos dois quartos dos filhos. Receberá também luz e ventilação natural a partir de uma janela que será aberta na fachada lateral da casa, incidindo directamente sobre o espelho do lavatório de canto, ficando a sanita e cabine de duche resguardadas. QUARTO INDIVIDUAL (ESQUERDA) Com uma configuração quase quadrada, caracteriza-se por uma grande janela horizontal oscilo-batente (Fig. 29), orientada a sudoeste, para o pátio da casa. No recanto esquerdo ficará a cama, enquanto à direita, por trás da porta ficará o roupeiro, seguido da secretária junto à janela, com óptima luz natural vinda da esquerda (Fig.30). Fig. 29- Quarto 1: vista da janela horizontal virada para o pátio. Fig. 30- Quarto 1: recanto da secretária e roupeiro. QUARTO INDIVIDUAL (DIREITA) Este Quarto é rectangular, com um pequeno recanto na entrada, entre a porta e o roupeiro. A cama fica perpendicular à parede, enquanto a secretária fica igualmente junto à janela, recebendo óptima luz natural vinda da esquerda (Fig.31). Fig. 31- Quarto 2: vista da janela quadrada virada para o pátio. PISO do SÓTÃO O aumento da casa em profundidade no lote levou ao prolongamento do telhado com a cumeeira “em L”, mantendo exactamente os beirados (e cércea) nas cotas actuais, mas ganhando pé-direito útil na zona central do Sótão, à semelhança aliás da grande maioria das reconstruções recentes no bairro. No Sótão será criada uma Sala de Jogos para os filhos (ou Quarto extra, futuramente), tirando partido da zona central mais alta, delimitada pelas paredes confinantes com a escadaria (Fig. 32). A parede do lado esquerdo delimita igualmente uma Casa de Banho (Fig. 33) de apoio a este piso, um espaço longitudinal com sanita numa extremidade e cabine de duche no extremo oposto (banhada com luz natural através de claraboia no telhado) e bancada de lavatório com espelho ocupando toda a parede. A casa de banho terá porta de correr e exactamente em frente, na parede oposta, uma outra porta de correr dará acesso a uma Arrecadação geral da casa, aproveitando o desvão do telhado, aqui já com pé-direito inferior a 2,00m. Na planta do Sótão, as linhas tracejadas correspondem aos planos virtuais do Art. 33º do RMUEL e delimitam os pontos a partir dos quais o pé-direito é inferior a 2,00m, mas comprovando que na zona central se obtém uma área de 19,50 m2 para a Sala de Jogos ou, no futuro, um Quarto-suite, com o apoio da Casa de Banho (5,00 m2) toda ela com pé-direito superior a 2,00m de altura. Fig. 32- Sala de Jogos / Quarto Extra: vista da parede das escadas e porta do WC. Fig. 33- WC de apoio ao sótão, com claraboia. Em termos de iluminação e ventilação natural, a Sala de Jogos/Quarto beneficiará da grande porta-janela oscilo-batente, com 2,40m de altura, tal como se pode ver no Corte E (traçado exactamente na linha horizontal da cumeeira do telhado) e ilustrado na Fig. 34, protegida exteriormente por uma guarda transparente em vidro de segurança termolaminado. Fig. 34- Sala de Jogos: vista da janela de sacada virada para o pátio. A escadaria do sótão será iluminada e ventilada através de claraboia (accionada através de controlo remoto) tal como representado no Corte B, captando a luz zenital que será reflectida nas paredes brancas até ao piso térreo, graças à transparência dos degraus da escadaria do sótão. Por sua vez, a Casa de Banho do Sótão será iluminada abundantemente a partir da claraboia posicionada sobre a cabine de duche (Fig. 33). COBERTURA A casa manterá os beirados actualmente visíveis a partir da rua, quer no alçado principal quer no lateral, mantendo, portanto, a cércea actual. A configuração do telhado mudará apenas no lado de trás, invisível a partir da rua, de modo a permitir a criação de pé direito habitável na zona central resultando, porém, num telhado tradicional de 4 águas em telha lusa cerâmica na cor natural, tal como a Planta de Cobertura representa. No Alçado Sudoeste, surge assim um telhado de duas águas com o vão central do sótão. ALÇADOS ALÇADO NOROESTE Este é o alçado principal, confinante com a Rua Comandante Augusto Cardoso (Fig. 35). Será integralmente mantido, com a mesma cércea e os mesmos vãos, agora com novas caixilharias de alumínio lacado em cor cinza antracite, com pano de vidro único para captação de mais luz. O telhado em telha cerâmica lusa manterá portanto os beirados mas subirá na cumeeira para aproveitamento do sótão, à semelhança de muitas casas no bairro e na mesma rua (Fig. 36). A porta de entrada será uma porta de segurança, blindada e lacada em cinza antracite tal como as caixilharias. A varanda do piso superior será mantida com a guarda metálica original, agora esmaltada em cinza antracite. Lateralmente, no jardim, surgirá recuado o volume da cobertura suspensa que protegerá o estacionamento do automóvel. Trata-se de uma laje de betão em duas águas, revestida com telha cerâmica tipo Plasma, apoiada no muro de betão que delimita o lote ao longo de todo o lado esquerdo. Mais recuado e na sombra deste telhado suspenso, vê-se o vão da arrecadação das bicicletas (escondidas) que terá um portão de correr (ao longo da face interior da parede) em barras metálicas verticais para boa ventilação e iluminação natural desta nova entrada secundária da casa, anteriormente descrita. Fig. 35- Fachada principal, mantendo a cércea e o alinhamento com as casas vizinhas. O muro na frente da rua manterá a mesma altura dos muros das casas vizinhas mas, à semelhança de outras moradias no bairro e na mesma rua, será alterado na superfície, sendo agora revestido com tábuas verticais de madeira de ipê, à cor natural mas tratadas com velatura invisível, mostrando um sulco horizontal que cria uma relação compositiva de referência com o portão e muro da casa vizinha do Nº 41. O portão de entrada para o jardim apresentará a mesma solução. Com este revestimento de madeira ficarão integradas as portas do armário para os 3 contentores de resíduos sólidos separados, que deste modo poderão ser directamente removidos pelos funcionários municipais a partir do exterior. De igual modo, os contadores das diversas entidades fornecedoras de serviços (água, electricidade, gás, telecomunicações) ficarão ocultos pelas portas de madeira, facilmente acessíveis pelos serviços com chave triangular, tal como acontece por exemplo na casa vizinha do Nº 47, na mesma rua (Fig.37). A fachada da casa, depois de isolada termicamente pelo exterior, ficará com o acabamento próprio do sistema ETICS, em areado fino, pintado em cor cinza. Fig.36- Nº 72 da mesma rua com volumetria de telhado idêntica. Fig.37- Casa Nº 47, com armário no muro para os contadores. ALÇADO SUDESTE Este é o alçado lateral da casa (Fig. 38). Tal como o Corte F – Alçado Sudeste mostra, haverá um corpo de piso único, térreo, correspondente à Cozinha, Lavandaria, Casa de Banho Social, Entrada Secundária, Arrecadação das Bicicletas e Estacionamento Coberto, aqui representado em secção para melhor estudarmos a sequência destes espaços. A casa do lado esquerdo (Nº 37) possui já actualmente uma vedação muito desinteressante em chapa metálica pelo que a futura presença deste corpo térreo pretende a sua ocultação. Fig. 38- Fachada lateral, mantendo a cércea e o beirado, com o estacionamento coberto dentro do lote. No piso superior a casa apresentará as duas novas janelas das casas de banho e no telhado pode ver-se a ampliação do telhado, agora com a cumeeira “em L”, prolongada até ao limite esquerdo, do Alçado Sudoeste. Toda a fachada será isolada termicamente pelo exterior, com o acabamento próprio do sistema ETICS, em areado fino, pintado em cor cinza. ALÇADO SUDOESTE Este é o alçado verdadeiramente novo da casa, invisível da rua, dado que confina directamente com o pátio do logradouro das traseiras (Fig. 39). Fig. 39- Fachada tardoz: o beirado lateral é mantido e o telhado de 2 águas no sótão é assumido apenas nas traseiras. É um alçado com uma composição que procura o equilíbrio entre vãos totalmente diferentes. Cada espaço possui apenas um vão: o Lounge no piso térreo com um envidraçado total, de correr, para maior ligação ao pátio; no piso superior, o quarto da esquerda apresenta um vão quadrangular com caixilharia de duas folhas e um chanfro inferior na espessura da parede, enquanto o quarto da direita apresenta um vão horizontal de duas folhas, com um chanfro superior e diagonal, procurando o eixo do último vão, uma grande janela de sacada colocada ao centro da sala de jogos do sótão. Toda a fachada será isolada termicamente pelo exterior, com o acabamento próprio do sistema ETICS, em areado fino, pintado em cor cinza. OPÇÕES CONSTRUTIVAS GERAIS Todas as opções de materiais serão devidamente amadurecidas na fase seguinte de Projecto de Execução, inclusivamente por questões orçamentais. No entanto, ficam aqui expressas as principais: Estrutura: será em betão armado, no sistema pilar-viga e laje. Paredes interiores: serão revestidas com estuque projectado e pintado; as paredes das casas de banho serão revestidas com azulejos ou em micro-betão. Tectos: serão revestidos com estuque projectado e pintado ou tectos suspensos em gesso cartonado. Pavimentos: os pavimentos das zonas sociais, corredor e quartos serão revestidos com soalho flutuante de madeira de carvalho. Os pavimentos das casas de banho serão revestidos com micro-betão. Fachadas: serão integralmente revestidas com sistema ETICS de isolamento térmico pelo exterior, com acabamento do tipo reboco areado fino, pintado em cinzento. Coberturas: o telhado da casa será revestido com telha cerâmica lusa em cor natural. O telhado do corpo lateral térreo será revestido com telha cerâmica plasma cinzenta. Portas Interiores: serão pré-fabricadas, do tipo Gosimat, lacadas em branco. Portas Exteriores: serão de segurança, blindadas, pintadas em cinzento antracite. Janelas: serão de alumínio termolacado em cinzento antracite. REQUISITOS DE COMPORTAMENTO TÉRMICO Paredes Exteriores: A composição mínima que garante os requisitos é: - EPS (Capoto) com 5 cm de espessura; - Bloco Cerâmico de 20 cm; - Revestimento interior com 2 cm de estuque. Cobertura Exterior: A composição mínima que garante os requisitos é: - Telha - XPS com 9 cm de espessura; - Laje de betão armado com 20 cm de esp.; - Revestimento Interior (estuque, ou caixa de ar com tecto falso). Vãos envidraçados: A composição mínima que garante os requisitos é: - Coeficiente de transmissão térmica máximo 2,8 W/(m².C); - Caixilharia de alumínio com corte térmico e vidro duplo; - Fator solar máximo do vidro: 0,6; - Classe 4 - Proteção solar: - Persiana exterior cinza (exceto na sala de estar e cozinha); - Estore brisa solar exterior (móveis) na cor cinza (sala de estar e cozinha) - Persiana interior cinza (clarabóias). Dispositivos de admissão de ar Deve-se prever nas caixilharias, dispositivos de admissão de ar auto-regulável a 2Pa com àrea total mínima de 375 cm² (garantindo o caudal mínimo de ar novo de 375 m³/h). Painel Solar para AQS: Independente da marca, orientação solar ou posição, os painéis solares devem garantir o fornecimento anual de 1513 kWh para AQS. O painel solar pode ser substituído por outro equipamento de fonte de energia renovável para AQS, desde que cumpra o fornecimento anual mínimo para AQS citado. Bomba de calor para aquecimento e arrefecimento (piso radiante): A característica mínima que garante os requisitos são: Bomba de calor para piso radiante com SEER maior que 3,30 e SCOP maior que 3,70. f) Áreas destinadas s infraestruturas, equipamentos, espaços verdes e outros espaços de utilização colectiva e respectivos arranjos, quando estejam previstas: A casa e lote já existem e seguem as regras gerais do bairro de Santa Cruz, sem necessidade de cedências. Será, no entanto, colocado um lancil-rampa na berma do passeio em frente do portão da entrada para o estacionamento dentro do lote, com reforço da base mas sem qualquer alteração de nível ou interrupção do passeio. Lisboa, 23 de Julho de 2022 O Arquitecto, (António da Silva Ferreira de Carvalho – OA nº 3093)
Family House, Lisbon, Portugal
António Carvalho
2023-01-01
Abstract
DEMOLIÇÃO, RECONSTRUÇÃO E AMPLIAÇÃO DE MORADIA UNIFAMILIAR LISBOA PROJECTO DE ARQUITECTURA MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA A presente Memória Descritiva e Justificativa está organizada de acordo com a Portaria nº113/2015 de 22 de Abril. a) ÁREA Apresenta-se em anexo a esta Memória Descritiva um Quadro Sinóptico com todas as áreas. O lote possui uma área total de 173,00 m2. A área total de impermeabilização é de 119,56 m2. A área de implantação é de 102,60 m2. A área total de construção (área bruta) é de 192,50 m2. Número de pisos: 2. Altura de fachada: 5,60 m. b) OPERAÇÃO URBANÍSTICA Trata-se da Comunicação Prévia de Demolição, Reconstrução e Ampliação de uma moradia unifamiliar destinada a habitação da requerente. c) ENQUADRAMENTO A obra pretendida enquadra-se nas normas regulamentares do PDM de Lisboa, dentro do perímetro urbano, em solos classificados como Espaços Centrais e Habitacionais – Traçado Urbano D Consolidados, dentro da UOPG 05 – Benfica. Em termos de zonamento acústico está classificada como Zona Mista. d) INTEGRAÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA Em termos urbanísticos, a casa do lote nº 39 da Rua Comandante Augusto Cardoso corresponde à última/primeira de uma correnteza de casas de dois pisos, típicas do Bairro de Santa Cruz, um bairro de habitações económicas dos anos 1940. Devido à área muito reduzida das casas iniciais, verifica-se em todo o bairro a ampliação das casas para o jardim e aumento dos telhados para aproveitamento do sótão. A proposta de intervenção segue estes mesmos princípios: à semelhança das restantes casas da rua, respeita o alinhamento da fachada principal e lateral (visto estar num dos topos da correnteza 57-39), prolongando-se em profundidade no jardim das traseiras, o que naturalmente traz um aumento do telhado, como sempre tem acontecido nas anteriores remodelações das casas do bairro. Na verdade, a casa actual foi clandestinamente ampliada ao longo das décadas pelos anteriores proprietários, para criarem quartos adicionais no rés-do-chão, criando espaços mal ventilados e com pouca ou nenhuma luz natural. Estes acrescentos clandestinos (visíveis na fotografia aérea do Google, Fig.1) serão totalmente demolidos como primeira fase das obras pretendidas, para poder ampliar a casa à semelhança de todas as restantes, como a fotografia aérea documenta. Fig.1- Fotografia aérea Google (2021) mostrando a casa nº 39 com os anexos clandestinos que serão demolidos para ampliar a casa para trás, alinhando-a com as fachadas traseiras das casas vizinhas. Nas traseiras será criado um jardim (bem maior do que o logradouro actual, entalado contra os muros do túnel da CRIL) para lazer da família. O alçado principal será preservado, pretendendo-se abrir um portão de correr no muro, para permitir estacionar um dos automóveis da família dentro do lote (será deste modo menos uma viatura a ocupar o estacionamento público do bairro), tal como já actualmente acontece no lote vizinho da casa nº 37. e) VIA PÚBLICA E INFRAESTRUTURAS A obra pretendida corresponde à remodelação da casa já existente, pelo que não haverá alteração ou aumento de impacto na via pública ou nas infraestruturas. O lote é servido por todas as infraestruturas públicas (arruamento, rede de águas, rede de esgotos, rede eléctrica, rede telefónica, rede de gás). A abertura do portão no muro para estacionamento do carro dentro do lote é viável pois as árvores existentes no passeio possuem uma localização favorável (Fig. 2), sendo apenas necessário reforçar a base da calçada do passeio e criar um lancil rampeado na berma, sem necessidade de alterar as cotas do passeio actual. Fig. 2- As árvores existentes no passeio estão localizadas ao centro dos lotes, permitindo a abertura de portão para estacionamento dentro do lote nº 39 (casa vermelha e branca) à semelhança do que já acontece no lote nº 37 (casa amarela). f) SOLUÇÃO PROPOSTA Com este projecto pretende-se construir uma moradia unifamiliar para residência permanente da família da requerente. Tendo em consideração as características da casa existente e do bairro em que se insere, o projecto pretende manter a traça arquitectónica na frente de rua, ampliando a casa para o fundo do lote, prática corrente em todo o bairro atendendo às dimensões diminutas da casa original. SITUAÇÃO EXISTENTE – CASA ORIGINAL PISO 0 - A casa original apresentava a entrada directa para a Sala de Jantar, com o primeiro lanço de degraus da escadaria de acesso ao piso superior localizado no canto imediatamente em frente à porta da rua (Fig. 3). No canto oposto localiza-se a portada Cozinha e a porta da Despensa (aproveitamento do vão da escada) (Fig. 4). No canto da esquerda, junto à fachada, fica a porta da Salinha de Estar (Fig. 5). Fig. 3- Sala de Jantar com degraus da escadaria que desaparece atrás da parede. Fig.4- Canto com porta da Despensa e vão de ligação à Cozinha. Fig. 5- Porta da Salinha de Estar. PISO 1 - A escadaria em “L” tem o lanço de degraus principal escondido por trás da parede da Sala de Jantar, desembocando num pequeno patamar de distribuição para os três espaços do piso superior: um Quarto de Casal (Fig. 6), um Quarto Individual (Fig. 7) e a Casa de Banho. Fig. 6- Quarto de casal, com porta da varanda à esquerda e janela. Fig.7- Quarto individual. SITUAÇÃO EXISTENTE – AMPLIAÇÃO CLANDESTINA (para demolir) PISO 0 – no patamar do primeiro lanço de degraus foi aberto um vão (na parede da fachada traseira da casa original) com três degraus para descer para o nível do jardim, fazendo ligação a um corredor (Fig. 8) de acesso a um Quarto de Casal (Fig. 9) com duas pequenas janelas (uma para o logradouro, outra para o anexo). Este corredor dá igualmente acesso a um Quarto interior, sem qualquer luz nem ventilação natural, que preenche o espaço até ao anexo-corredor de ampliação da Cozinha. Na Cozinha foi aberta um vão de ligação a um novo anexo coberto, com janela lateral para o jardim e porta de ligação para um terceiro anexo construído com estrutura ligeira de chapa metálica que ocupa quase metade do jardim lateral (Fig. 10). Fig. 8- Corredor com degraus e vão para a Sala de Jantar da Entrada. Fig. 9- Quarto clandestino construído nas traseiras. Fig. 10- Jardim lateral parcialmente ocupado ao fundo, pelo anexo clandestino. Estes espaços clandestinos não são visíveis a partir da rua e foram construídos com coberturas planas, tal como se pode ver na fotografia aérea da Google (Fig. 1). No final destas construções clandestinas resulta um logradouro (Fig. 11) estreito e inóspito, entre muros (Fig. 12). Fig. 11- Logradouro com os anexos (em vermelho) e as casas vizinhas dos lotes nº 41 e nº 43 (em bege) já ampliadas nas traseiras — o telhado recuado, visível à direita, é o telhado original da nossa casa. Fig.12- Idem, com a casa do lote nº 37 (em bege) ampliada. A SOLUÇÃO PROPOSTA ESTACIONAMENTO Tal como mencionado anteriormente, no limite esquerdo do lote pretende-se interromper o muro para colocação de um portão de correr, que permita a entrada e estacionamento de uma viatura dentro do lote. Este acesso rampeado fará a concordância de cotas do nível do passeio até à nova entrada lateral da casa, deste modo resolvendo o problema de acessibilidade universal que a actual entrada, com 3 degraus cria em termos de barreira arquitectónica. PISO INFERIOR HALL DE ENTRADA A entrada principal manter-se-á através do pequeno portão do jardim e porta da casa, protegida superiormente pela varanda, e destacada pelos três degraus de acesso ao nível do rés-do-chão. Entra-se agora para um pequeno Hall delimitado por uma parede recta à direita (encostada à da casa nº 41), que curva no canto, onde a nova escadaria em “L” se abre para este Hall (Fig. 13). Do lado esquerdo, um pequeno bengaleiro (para roupa e calçado de rua ou das visitas) fica encaixado numa parede curva que faz o convite para entrar na intimidade da casa. Fig. 13- Hall de entrada com escadaria para o piso superior. Fig.14- Corredor de acesso aos espaços sociais da casa. CORREDOR / ESPAÇO DE ESTAR Na verdade, com este projecto, todo o piso térreo ficará destinado aos espaços sociais da casa. Mediando a transição entre a Sala de Jantar, o Hall de Entrada e a Sala de Estar, um Corredor largo faz a expansão da Sala de Jantar em direcção à Sala de Estar (Fig.14). SALA DE JANTAR A parede curva delimita o espaço de refeições que deste modo beneficiará das duas janelas existentes na fachada (Fig. 15). Sempre que necessário, duas portas de correr (habitualmente escondidas dentro da parede curva) poderão isolar a Sala de Jantar como espaço autónomo (Fig. 16 e Fig. 17). Na parede curva, encaixando a profundidade do bengaleiro da entrada, será criado um móvel-aparador com prateleiras para apoio das refeições. Fig. 15- Sala de Jantar com as duas janelas da fachada principal. Fig. 16- Sala de Jantar, autónoma, com as portas fechadas. Fig.16A- Sala de Jantar, com as portas recolhidas na parede. ENTRADA SECUNDÁRIA Propomos a criação de uma entrada secundária no lado Sudeste da moradia, como alternativa de acessibilidade universal: uma rampa desde o passeio da rua atravessará o lugar de estacionamento dentro do jardim, prolongando-se dentro da arrecadação destinada às bicicletas, até ao nível exacto da soleira da nova porta de entrada secundária. VESTÍBULO Esta entrada secundária abrirá para um Vestíbulo que fará a transição entre o espaço exterior e que também servirá como ante-câmara da Casa de Banho Social que dará apoio a este piso da casa. A porta de correr deste Vestíbulo abrirá directamente para a Sala de Estar (Fig. 17 e 18). Fig. 17 e 18- Vista a partir do Lounge, com o Vestíbulo da Entrada Secundária à direita (portas abertas / portas fechadas). LOUNGE / SALA DE ESTAR A Sala de Estar foi concebida como um “espaço lounge”, permitindo o agrupamento de diferentes conjuntos de mobiliário de estar (sofás, poltronas, cadeirões, mesas) dada a sua fluidez espacial que se expande em todas as direcções: Sala de Jantar, Cozinha e Logradouro (Fig. 19 e 20). Fig. 19 e 20- Lounge / Sala de Estar: aproximação e vista do recanto TV. COZINHA Será um espaço funcional destinado à confecção das refeições, e pontualmente a pequenos-almoços na mesa-bancada (Fig. 21) localizada junto às portas de correr do Lounge e da Lavandaria-despensa. Uma bancada corrida com móveis superiores e inferiores desenvolve-se ao longo do limite do lote, rematada no topo pelos móveis verticais destinados a frigorífico, forno, micro-ondas, alinhados com o barbecue do Pátio (Fig. 22). Fig. 21 e 22- Cozinha: recanto para pequenos-almoços e recanto dos móveis altos alinhados com o barbecue no exterior. PÁTIO-LOGRADOURO O barbecue ficará localizado junto à Cozinha por razões funcionais, com ponto de água, zona de grelha e bancada de apoio. Em continuidade e para remate do muro Sudoeste do lote, haverá um canteiro estreito para plantação de sebe vertical, destinada a criar uma cortina verde para maior privacidade de utilização do pátio (Fig.23). Fig. 23- Pátio: vista do envidraçado da Cozinha e do barbecue. Fig. 24- Pátio: vista a partir do Lounge. Uma árvore posicionada ao lado do barbecue irá reforçar esse sentido de protecção visual do pátio, protegendo com a sua sombra os envidraçados da Cozinha e Lounge, libertando o canto Noroeste do pátio para espaço de sentar/estar no exterior, complementar à mesa de refeições no pátio. Deste modo, o Lounge prolonga-se naturalmente para o pátio revestido em deck de madeira, sob o qual o pavimento será, porém, integralmente permeável para permitir boa absorção da chuva (Fig. 24). PISO SUPERIOR O 1º Andar ficará exclusivamente reservado para os Quartos da família: Quarto Principal virado para a frente da rua e dois Quartos Individuais para os filhos virados para o pátio, ficando as casas-de-banho no alçado lateral da casa. No centro da planta fica a escadaria proveniente do piso inferior e o corredor de ligação à nova escadaria que se sobrepõe à existente para fazer o acesso ao Sótão. QUARTO PRINCIPAL Dentro do conceito de “Master Bedroom”, ocupará a totalidade da frente da casa. Entra-se para o espaço de dormir, ligeiramente resguardado por uma parede-biombo sobre a qual rebate a porta (Fig. 25), desfrutando da pequena varanda existente na casa e da janela seguinte (Fig.26). Fig. 25 e 26- Quarto Principal: vista da entrada e do corredor e vista da porta da varanda e janela da fachada principal. A segunda janela existente na fachada passará a pertencer ao “Walk-in Closet”, um roupeiro em “L” que deste modo desfruta de luz natural (Fig. 27), separado do espaço de dormir por uma porta de correr inserida na parede. A Casa de Banho Privativa desfrutará de luz e ventilação natural a partir de uma janela que será aberta na fachada lateral da casa, proporcionando abundante luz natural sobre o espelho que ocupará toda a superfície da parede acima da bancada de lavatório duplo (Fig. 28). No recanto oposto, ficarão resguardadas a cabine do duche e a sanita. A porta será de correr, inserida dentro da parede, para não colidir com a porta de entrada do Quarto. Fig. 27- Quarto Principal: vista do walk-in closet. Fig. 28- Casa de banho privativa. CASA DE BANHO PARTILHADA Esta Casa de Banho dará apoio aos dois quartos dos filhos. Receberá também luz e ventilação natural a partir de uma janela que será aberta na fachada lateral da casa, incidindo directamente sobre o espelho do lavatório de canto, ficando a sanita e cabine de duche resguardadas. QUARTO INDIVIDUAL (ESQUERDA) Com uma configuração quase quadrada, caracteriza-se por uma grande janela horizontal oscilo-batente (Fig. 29), orientada a sudoeste, para o pátio da casa. No recanto esquerdo ficará a cama, enquanto à direita, por trás da porta ficará o roupeiro, seguido da secretária junto à janela, com óptima luz natural vinda da esquerda (Fig.30). Fig. 29- Quarto 1: vista da janela horizontal virada para o pátio. Fig. 30- Quarto 1: recanto da secretária e roupeiro. QUARTO INDIVIDUAL (DIREITA) Este Quarto é rectangular, com um pequeno recanto na entrada, entre a porta e o roupeiro. A cama fica perpendicular à parede, enquanto a secretária fica igualmente junto à janela, recebendo óptima luz natural vinda da esquerda (Fig.31). Fig. 31- Quarto 2: vista da janela quadrada virada para o pátio. PISO do SÓTÃO O aumento da casa em profundidade no lote levou ao prolongamento do telhado com a cumeeira “em L”, mantendo exactamente os beirados (e cércea) nas cotas actuais, mas ganhando pé-direito útil na zona central do Sótão, à semelhança aliás da grande maioria das reconstruções recentes no bairro. No Sótão será criada uma Sala de Jogos para os filhos (ou Quarto extra, futuramente), tirando partido da zona central mais alta, delimitada pelas paredes confinantes com a escadaria (Fig. 32). A parede do lado esquerdo delimita igualmente uma Casa de Banho (Fig. 33) de apoio a este piso, um espaço longitudinal com sanita numa extremidade e cabine de duche no extremo oposto (banhada com luz natural através de claraboia no telhado) e bancada de lavatório com espelho ocupando toda a parede. A casa de banho terá porta de correr e exactamente em frente, na parede oposta, uma outra porta de correr dará acesso a uma Arrecadação geral da casa, aproveitando o desvão do telhado, aqui já com pé-direito inferior a 2,00m. Na planta do Sótão, as linhas tracejadas correspondem aos planos virtuais do Art. 33º do RMUEL e delimitam os pontos a partir dos quais o pé-direito é inferior a 2,00m, mas comprovando que na zona central se obtém uma área de 19,50 m2 para a Sala de Jogos ou, no futuro, um Quarto-suite, com o apoio da Casa de Banho (5,00 m2) toda ela com pé-direito superior a 2,00m de altura. Fig. 32- Sala de Jogos / Quarto Extra: vista da parede das escadas e porta do WC. Fig. 33- WC de apoio ao sótão, com claraboia. Em termos de iluminação e ventilação natural, a Sala de Jogos/Quarto beneficiará da grande porta-janela oscilo-batente, com 2,40m de altura, tal como se pode ver no Corte E (traçado exactamente na linha horizontal da cumeeira do telhado) e ilustrado na Fig. 34, protegida exteriormente por uma guarda transparente em vidro de segurança termolaminado. Fig. 34- Sala de Jogos: vista da janela de sacada virada para o pátio. A escadaria do sótão será iluminada e ventilada através de claraboia (accionada através de controlo remoto) tal como representado no Corte B, captando a luz zenital que será reflectida nas paredes brancas até ao piso térreo, graças à transparência dos degraus da escadaria do sótão. Por sua vez, a Casa de Banho do Sótão será iluminada abundantemente a partir da claraboia posicionada sobre a cabine de duche (Fig. 33). COBERTURA A casa manterá os beirados actualmente visíveis a partir da rua, quer no alçado principal quer no lateral, mantendo, portanto, a cércea actual. A configuração do telhado mudará apenas no lado de trás, invisível a partir da rua, de modo a permitir a criação de pé direito habitável na zona central resultando, porém, num telhado tradicional de 4 águas em telha lusa cerâmica na cor natural, tal como a Planta de Cobertura representa. No Alçado Sudoeste, surge assim um telhado de duas águas com o vão central do sótão. ALÇADOS ALÇADO NOROESTE Este é o alçado principal, confinante com a Rua Comandante Augusto Cardoso (Fig. 35). Será integralmente mantido, com a mesma cércea e os mesmos vãos, agora com novas caixilharias de alumínio lacado em cor cinza antracite, com pano de vidro único para captação de mais luz. O telhado em telha cerâmica lusa manterá portanto os beirados mas subirá na cumeeira para aproveitamento do sótão, à semelhança de muitas casas no bairro e na mesma rua (Fig. 36). A porta de entrada será uma porta de segurança, blindada e lacada em cinza antracite tal como as caixilharias. A varanda do piso superior será mantida com a guarda metálica original, agora esmaltada em cinza antracite. Lateralmente, no jardim, surgirá recuado o volume da cobertura suspensa que protegerá o estacionamento do automóvel. Trata-se de uma laje de betão em duas águas, revestida com telha cerâmica tipo Plasma, apoiada no muro de betão que delimita o lote ao longo de todo o lado esquerdo. Mais recuado e na sombra deste telhado suspenso, vê-se o vão da arrecadação das bicicletas (escondidas) que terá um portão de correr (ao longo da face interior da parede) em barras metálicas verticais para boa ventilação e iluminação natural desta nova entrada secundária da casa, anteriormente descrita. Fig. 35- Fachada principal, mantendo a cércea e o alinhamento com as casas vizinhas. O muro na frente da rua manterá a mesma altura dos muros das casas vizinhas mas, à semelhança de outras moradias no bairro e na mesma rua, será alterado na superfície, sendo agora revestido com tábuas verticais de madeira de ipê, à cor natural mas tratadas com velatura invisível, mostrando um sulco horizontal que cria uma relação compositiva de referência com o portão e muro da casa vizinha do Nº 41. O portão de entrada para o jardim apresentará a mesma solução. Com este revestimento de madeira ficarão integradas as portas do armário para os 3 contentores de resíduos sólidos separados, que deste modo poderão ser directamente removidos pelos funcionários municipais a partir do exterior. De igual modo, os contadores das diversas entidades fornecedoras de serviços (água, electricidade, gás, telecomunicações) ficarão ocultos pelas portas de madeira, facilmente acessíveis pelos serviços com chave triangular, tal como acontece por exemplo na casa vizinha do Nº 47, na mesma rua (Fig.37). A fachada da casa, depois de isolada termicamente pelo exterior, ficará com o acabamento próprio do sistema ETICS, em areado fino, pintado em cor cinza. Fig.36- Nº 72 da mesma rua com volumetria de telhado idêntica. Fig.37- Casa Nº 47, com armário no muro para os contadores. ALÇADO SUDESTE Este é o alçado lateral da casa (Fig. 38). Tal como o Corte F – Alçado Sudeste mostra, haverá um corpo de piso único, térreo, correspondente à Cozinha, Lavandaria, Casa de Banho Social, Entrada Secundária, Arrecadação das Bicicletas e Estacionamento Coberto, aqui representado em secção para melhor estudarmos a sequência destes espaços. A casa do lado esquerdo (Nº 37) possui já actualmente uma vedação muito desinteressante em chapa metálica pelo que a futura presença deste corpo térreo pretende a sua ocultação. Fig. 38- Fachada lateral, mantendo a cércea e o beirado, com o estacionamento coberto dentro do lote. No piso superior a casa apresentará as duas novas janelas das casas de banho e no telhado pode ver-se a ampliação do telhado, agora com a cumeeira “em L”, prolongada até ao limite esquerdo, do Alçado Sudoeste. Toda a fachada será isolada termicamente pelo exterior, com o acabamento próprio do sistema ETICS, em areado fino, pintado em cor cinza. ALÇADO SUDOESTE Este é o alçado verdadeiramente novo da casa, invisível da rua, dado que confina directamente com o pátio do logradouro das traseiras (Fig. 39). Fig. 39- Fachada tardoz: o beirado lateral é mantido e o telhado de 2 águas no sótão é assumido apenas nas traseiras. É um alçado com uma composição que procura o equilíbrio entre vãos totalmente diferentes. Cada espaço possui apenas um vão: o Lounge no piso térreo com um envidraçado total, de correr, para maior ligação ao pátio; no piso superior, o quarto da esquerda apresenta um vão quadrangular com caixilharia de duas folhas e um chanfro inferior na espessura da parede, enquanto o quarto da direita apresenta um vão horizontal de duas folhas, com um chanfro superior e diagonal, procurando o eixo do último vão, uma grande janela de sacada colocada ao centro da sala de jogos do sótão. Toda a fachada será isolada termicamente pelo exterior, com o acabamento próprio do sistema ETICS, em areado fino, pintado em cor cinza. OPÇÕES CONSTRUTIVAS GERAIS Todas as opções de materiais serão devidamente amadurecidas na fase seguinte de Projecto de Execução, inclusivamente por questões orçamentais. No entanto, ficam aqui expressas as principais: Estrutura: será em betão armado, no sistema pilar-viga e laje. Paredes interiores: serão revestidas com estuque projectado e pintado; as paredes das casas de banho serão revestidas com azulejos ou em micro-betão. Tectos: serão revestidos com estuque projectado e pintado ou tectos suspensos em gesso cartonado. Pavimentos: os pavimentos das zonas sociais, corredor e quartos serão revestidos com soalho flutuante de madeira de carvalho. Os pavimentos das casas de banho serão revestidos com micro-betão. Fachadas: serão integralmente revestidas com sistema ETICS de isolamento térmico pelo exterior, com acabamento do tipo reboco areado fino, pintado em cinzento. Coberturas: o telhado da casa será revestido com telha cerâmica lusa em cor natural. O telhado do corpo lateral térreo será revestido com telha cerâmica plasma cinzenta. Portas Interiores: serão pré-fabricadas, do tipo Gosimat, lacadas em branco. Portas Exteriores: serão de segurança, blindadas, pintadas em cinzento antracite. Janelas: serão de alumínio termolacado em cinzento antracite. REQUISITOS DE COMPORTAMENTO TÉRMICO Paredes Exteriores: A composição mínima que garante os requisitos é: - EPS (Capoto) com 5 cm de espessura; - Bloco Cerâmico de 20 cm; - Revestimento interior com 2 cm de estuque. Cobertura Exterior: A composição mínima que garante os requisitos é: - Telha - XPS com 9 cm de espessura; - Laje de betão armado com 20 cm de esp.; - Revestimento Interior (estuque, ou caixa de ar com tecto falso). Vãos envidraçados: A composição mínima que garante os requisitos é: - Coeficiente de transmissão térmica máximo 2,8 W/(m².C); - Caixilharia de alumínio com corte térmico e vidro duplo; - Fator solar máximo do vidro: 0,6; - Classe 4 - Proteção solar: - Persiana exterior cinza (exceto na sala de estar e cozinha); - Estore brisa solar exterior (móveis) na cor cinza (sala de estar e cozinha) - Persiana interior cinza (clarabóias). Dispositivos de admissão de ar Deve-se prever nas caixilharias, dispositivos de admissão de ar auto-regulável a 2Pa com àrea total mínima de 375 cm² (garantindo o caudal mínimo de ar novo de 375 m³/h). Painel Solar para AQS: Independente da marca, orientação solar ou posição, os painéis solares devem garantir o fornecimento anual de 1513 kWh para AQS. O painel solar pode ser substituído por outro equipamento de fonte de energia renovável para AQS, desde que cumpra o fornecimento anual mínimo para AQS citado. Bomba de calor para aquecimento e arrefecimento (piso radiante): A característica mínima que garante os requisitos são: Bomba de calor para piso radiante com SEER maior que 3,30 e SCOP maior que 3,70. f) Áreas destinadas s infraestruturas, equipamentos, espaços verdes e outros espaços de utilização colectiva e respectivos arranjos, quando estejam previstas: A casa e lote já existem e seguem as regras gerais do bairro de Santa Cruz, sem necessidade de cedências. Será, no entanto, colocado um lancil-rampa na berma do passeio em frente do portão da entrada para o estacionamento dentro do lote, com reforço da base mas sem qualquer alteração de nível ou interrupção do passeio. Lisboa, 23 de Julho de 2022 O Arquitecto, (António da Silva Ferreira de Carvalho – OA nº 3093)File | Dimensione | Formato | |
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